Em nome da lei | S01E02

AVISO: OS 3 PRIMEIROS CAPÍTULOS SÃO PARA DESENVOLVIMENTO DE HISTÓRIA E PERSONAGEM, A PARTIR DO 4º OS CAPÍTULOS IRÃO FICAR MAIS LONGOS.

Capítulo 2: UM GOSTINHO DO PASSADO

Na minha profissão, uma das piores coisas que se pode acontecer é se apaixonar.
Eu já tinha cometido esse erro antes e prometi para mim mesmo que isso jamais iria se repetir. Foi um erro meu, eu não sabia como era se apaixonar, tantos sonhos de finais felizes, mas agora eu sei, eu não sou um príncipe.
A vida não é um conto de fadas, eu não sou aquele que alguém vai resolver agradar, me conduzir por uma escadaria até um grande salão.
Sim, eu já fui um grande sonhador, até ser desapontado. Talvez agora seja tarde demais para esperar um cavalo branco, talvez seja tarde demais para esperar o amor, talvez seja tarde demais para ser feliz.

...

Estávamos deitados na cama, ofegantes, confesso que sentia falta desses noites com Paul, a boca dele tinha o melhor sabor que eu já tinha provado por toda a minha vida, era bom estar perto dele, me lembrava o quanto eu poderia ser feliz, o quanto eu amei, o quanto eu talvez ainda ame.

-Você vai ficar me encarando desse jeito? - disse Paul entre beijos.

-Estava pensando em nós - falei saindo de cima dele e deitando a seu lado - a gente ainda pode ser muito feliz, sabia?

-Esquece isso - ele disse se levantando e colocando sua calça - eu não posso largar um cargo da FBI para ser apenas mais um ajudante de Detetive, mas você, você sim pode vir pra FBI, você sabe que eles tentam ter você na equipe a anos.

-Sim, eu sei disso, mas eu me importo com a história, e é isso que vocês não entendem, as pessoas tem histórias, vocês apenas descobrem assassinos e não se importam com mais nada, seja com a família da vítima ou com quaisquer outras coisas.

Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, os nossos telefones tocaram ao mesmo tempo no outro lado da sala, e como eu já sabia que obviamente seria de alguém da delegacia ligando, nem me dei o trabalho de levantar para atender e apenas fiquei o observando atravessar o quarto, sem camisa, com seus cabelos jogados e bagunçados por conta da ótima noite que tivemos.

-Agente Paul na escuta - disse ele - ok, ok, estou indo.

-Aconteceu algo?

-Andrew Chield está na delegacia, vamos?

-Tem que ir né.

Diferentemente do que eu pensava, Paul não foi até a delegacia tentando me convencer a entrar na FBI, ou largar tudo e ir viver um conto de fadas com ele, eu acho que no fundo ele tinha a consciência de que eu jamais largaria a NYDP*, no fundo, lá no fundo mesmo, ele sabe que eu jamais sairia de New York, talvez por ainda ter alguma esperança de encontrar o assassino de minha irmã.
Quando cheguei na delegacia com Paul, Fred já estava na porta com dois copos de café do Starbucks na mão e uma grande cara de confusão ao me ver chegando junto com Paul.

-Eu trouxe pra você - disse ele esticando um copo para mim - com açúcar.

-Espero que esse tenha açúcar também - disse Paul puxando o outro copo da mão dele.

-Na verdade, esse era meu. - Fred disse sem graça

-E Você vai negar ele a um superior? - Paul disse com um tom ameaçador.

-Regra número 1 - falei tirando o copo da mão de Paul e devolvendo a Fred - só quem manda nele sou eu.

Entramos na delegacia e pegamos o elevador rumo ao 4º andar e a medida que se aproximava eu ficava cada vez mais nervoso. Essa era uma das piores horas na vida de um policial, o ato de conversar com a família da vítima.
É horrível você avisar para aquelas pessoas que a amavam que ela morreu, que todos aqueles planos que elas poderiam ter, já chegou ao fim.
Mães perdem seus filhos, filhos perdem suas mães, maridos perdem esposas, e por mais que você veja sempre casos assim todos os dias, você nunca se acostuma, você nunca para de sofrer pelos outros, porém, você aprende a aceitar, e o máximo que você pode fazer, é dar o mínimo de dignidade a essa pessoa que morreu, e fazer seu assassino pagar por tudo que a fez.

-Fred, você está aqui para aprender, você vai dar a notícia para o pai da vítima. - falei

...

NYPD* - New York Police Department (Departamento de polícia de Nova Iorque)